Quando, em 1973, um espião do KGB bidimensional preto e branco e um Xamã Marajoara trabalhavam na revolução do panorama musical da época, nunca imaginariam o seu resultado. Tratava-se de album conceptual de art rock espacial sinfonico / psicadelico/ avant-garde/ folk/ neo-barroco chamado JOHN, SPACE AND TIME TRAVELLER, sobre a vida de um herói da metamorfose e da fusão, verdadeira apologia do amor e harmonia universais. Um fatal erro no ritual sexual mágico da concepção do album levaria a desintegração dos seus elementos. A revolução foge para Portugal e aí transfigura-se para no ano seguinte triunfar numa carreira a solo iniciada na radio, indo com ela alguns fragmentos da música que chegam arrastados pelo vento as mãos de Jose Cid, numa tarde em que estava deitado ao sol na na Costa da Caparica, servindo de base ao mitico 10 000 Depois entre Vénus e Marte. Este desastre só comparável nas suas proporções gigantescas a Chernobyl, mas sem radioactividade e com muito mais estilo, culmina na materialização do próprio album em JOHN e o seu conceito na sua vida fantástica. Nascia assim uma criatura única, com a aparência do pai espião, os poderes do pai Xamã e uma banda sonora constante em todos os momentos da sua existência infinita.
Artista conceptual, músico, musicólogo e arqueólogo o JOHN tem ja uma vasta obra apresentada em diversas exposições e happenings, e publicada em dezenas de livros e centenas de artigos em revistas científicas, sob pseudónimos, uns bem conhecidos, outros nem tanto. Nos últimos anos tem trabalhado na expansao dos limites do Nada, e tem desenvolvido com Lagartão, Crocodilo Monitor indonesio, um projecto de jazz de fusão onde este aparece como solista de gamelão. Neste momento esta nos confins do espaço a promover a ediçao de bolso, em capa mole, da sua tese de mestrado "Sons do Abismo Supremo : A estrutura musical do Buraco Negro". Viajante no Espaco e no Tempo imparável, e possivel encontrá-lo, por exemplo, a apresentar Workshops de cerâmica algures no Neolitico chinês ou a surfar no tsunami que seguiu ao Terramoto de 1755. Joga a sueca com o Frank Zappa, quando esta para ai virado e gosta de passear-se aleatoriamente, à chuva, entre vàrias dimensões quando tem tempo, aplicando técnica aprendida com Fernando Pessoa. Sendo bidimensional, torna-se invisível com uma simples volta de 90º.
Neste blog, uma sua correspondente, divulga a sua obra, as suas viagens, e ainda as suas apreensões de muitas realidades, sob o olhar das diferentes personagens em que se metamorfoseia.